Chief Financial Officer (CFO), ou o popular “Diretor Financeiro”. Independente da nomenclatura do cargo, o profissional número 1 das finanças de uma organização até pouco tempo era representado por um estereótipo de profissional conservador, detalhista e bom conhecedor dos números.
Acontece que a tecnologia tem se responsabilizado por grande parte das funções e habilidades que o CFO por um bom tempo esbanjou: exatidão, controle e capacidade de análise. Hoje essas habilidades dependem menos de uma supervisão de um executivo e mais de uma infraestrutura robusta de sistemas, processos e automações, trazendo ao CFO uma necessidade de reinventar sua atuação para manter e ampliar a relevância do seu papel nas organizações. Este novo papel é muito discutido como uma tendência ou uma realidade, mas ainda pouco testemunhado nas organizações, especialmente fora das grandes corporações que contam com executivos de altíssimo nível e que são vanguarda na construção e aplicação destas tendências.
O novo papel do CFO não diz mais respeito a apenas representar a Cia perante instituições financeiras, conhecer e garantir a exatidão das informações financeiras, criar controles internos burocráticos que lhe tragam conveniência e tampouco supervisionar transações financeiras de contas a pagar e receber. O novo CFO tem como missão garantir a saúde financeira e ser protagonista na otimização do resultado da Companhia.
Esse papel ampliado traz duas grandes consequências aos profissionais que se aventuram em executá-lo. A primeira significa que um CFO não cumpre mais com o seu papel apenas com o fruto do trabalho de sua equipe. Garantir a saúde financeira de uma organização é uma missão transversal e multidisciplinar. A segunda consequência importante, resultante da primeira, são as soft skills. Especialmente a capacidade de construir parcerias internas e influenciar comportamentos daqueles que não são seus subordinados diretos.
Apenas dominar tecnicamente os conceitos de Finanças e Controladoria, virou commodity e a caricata postura do Diretor Financeiro que apenas critica a construção de outras áreas com os argumentos “a receita está baixa” ou “o custo está alto”. O profissional de finanças que não tenha em seu repertório o conceito de Finance Business Partnering, e mais do que isso, que não tenha este conceito enraizado como uma filosofia de atuação, está fadado à obsolescência.
O novo CFO não é mais um especialista de finanças carente de visão sistêmica e incapaz de enxergar o negócio como mais do que apenas um conjunto de números: o novo CFO é um entusiasta de negócios e tecnologia, conhecedor de pessoas mas com viés financeiro. Ele não apenas está à frente das decisões financeiras, como influencia as decisões estratégicas da organização, conhece não apenas o mercado financeiro mas seu mercado de atuação. Mais do que uma tendência, ele é um copiloto do CEO obcecado pelos números e capaz de direcionar os comportamentos dos demais profissionais da organização para a sua missão