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O que é o teste de Impairment e qual é o seu objetivo?

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Thiago da Luz

Corporate Finance Specialist

Um teste de impairment, também conhecido como teste de desvalorização, é um procedimento contábil utilizado pelas empresas para avaliar se o valor contábil de um ativo é recuperável. Esse teste é aplicado principalmente a ativos de longo prazo, como propriedades, ativos intangíveis e investimentos em subsidiárias, associadas ou joint ventures.

A necessidade de realizar um teste de impairment surge quando há evidências de que o valor recuperável de um ativo possa ser inferior ao seu valor contábil líquido. Isso geralmente acontece quando as condições econômicas ou operacionais da empresa se deterioram, afetando a capacidade de geração de fluxos de caixa futuros relacionados ao ativo.

O teste de impairment geralmente envolve os seguintes passos:

  1. Identificação do ativo que precisa ser testado: A empresa deve identificar os ativos que podem estar em risco de desvalorização.
  2. Estimativa do valor recuperável: O valor recuperável de um ativo é o valor mais alto entre seu valor justo de mercado (se houver um mercado ativo para o ativo) e seu valor em uso. O valor em uso é determinado pela estimativa dos fluxos de caixa futuros esperados que serão gerados pelo ativo, descontados a uma taxa apropriada.
  3. Comparação com o valor contábil: O valor recuperável estimado é comparado ao valor contábil líquido do ativo. Se o valor recuperável for inferior ao valor contábil, isso indica que houve uma desvalorização.
  4. Reconhecimento da desvalorização: se o valor recuperável for inferior ao valor contábil líquido, a empresa deve reconhecer uma desvalorização do ativo. A desvalorização é reconhecida como uma despesa no resultado do período.
  5. Avaliação de reversão: em períodos subsequentes, se as condições que levaram à desvalorização melhorarem e o valor recuperável do ativo aumentar, uma reversão da desvalorização pode ser registrada, aumentando o valor contábil do ativo.

O objetivo principal do teste de impairment é garantir que os ativos estejam registrados conforme seu valor recuperável, para que os demonstrativos financeiros da empresa reflitam com precisão a sua situação financeira e os resultados operacionais. Além disso, o teste de impairment ajuda a evitar que os ativos sejam superavaliados no balanço patrimonial, o que poderia levar a distorções nos relatórios financeiros e nas avaliações dos investidores.

O teste de impairment é obrigatório?

Sim, em muitos casos, o teste de impairment é obrigatório conforme os princípios contábeis e normas internacionais de relatórios financeiros, como as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRS) e as Normas Contábeis para Empresas de Capital Aberto (US GAAP). A necessidade de realizar testes de impairment é uma parte importante da contabilidade e relatórios financeiros para garantir que os ativos estejam registrados a valores apropriados.

A obrigação de realizar testes de impairment geralmente se aplica a ativos de longo prazo, como propriedades, ativos intangíveis e investimentos em subsidiárias, associadas ou joint ventures. As normas contábeis exigem que as empresas realizem esses testes quando houver indicações de que o valor recuperável de um ativo possa estar abaixo de seu valor contábil líquido.

As indicações de que um teste de impairment pode ser necessário incluem:

  1. Mudanças nas condições econômicas que afetam a capacidade de geração de fluxos de caixa futuros relacionados ao ativo.
  2. Obsolescência de ativos ou mudanças tecnológicas que reduzem o valor de ativos intangíveis.
  3. Redução no valor de mercado de um ativo quando um mercado ativo existe.
  4. Evidências de deterioração nas operações ou desempenho financeiro da unidade geradora de caixa à qual o ativo está vinculado.
  5. Mudanças nas taxas de juros que impactam o valor presente dos fluxos de caixa futuros.
  6. Evidências de que um ativo foi danificado, obsoleto ou não é mais usado conforme o planejado originalmente.

A realização de testes de impairment é uma parte fundamental da prestação de contas e da transparência nas demonstrações financeiras de uma empresa. Isso garante que os ativos sejam registrados a valores realistas e que as desvalorizações sejam reconhecidas quando necessário, refletindo com precisão a situação financeira da empresa. O não cumprimento das normas contábeis relevantes pode resultar em auditorias adversas, penalidades regulatórias e impactos negativos na credibilidade da empresa. Portanto, a realização de testes de impairment é uma boa prática essencial para as empresas que seguem essas normas contábeis.

Quais as metodologias utilizadas para ser feito um teste de impairment?

Existem várias metodologias que podem ser utilizadas para realizar um teste de impairment, dependendo da natureza do ativo e das circunstâncias específicas da empresa.

As principais metodologias incluem:

  1. Método do Valor em Uso (Value in Use): Este é um dos métodos mais comuns para avaliar a desvalorização de ativos. Envolve a estimativa dos fluxos de caixa futuros esperados gerados pelo ativo ou unidade geradora de caixa (UGC) e a sua posterior descontagem a uma taxa apropriada. O valor recuperável é determinado comparando o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros com o valor contábil líquido do ativo ou UGC. Essa abordagem é frequentemente usada para ativos como propriedades e ativos intangíveis.
  2. Método do Valor Justo (Fair Value): Este método é utilizado quando há um mercado ativo para o ativo em questão. O valor recuperável é estimado com base no valor justo de mercado do ativo, determinado com base em transações de mercado comparáveis ou em outros métodos de avaliação, como abordagens de mercado, renda ou custo. O valor justo é então comparado ao valor contábil líquido do ativo.
  3. Método do Valor Justo Menos Custo para Vender: Este método é frequentemente aplicado a ativos que estão sendo mantidos para venda. O valor recuperável é estimado com base no valor justo do ativo, menos os custos estimados para vendê-lo. Essa abordagem é usada quando a empresa pretende vender o ativo em um futuro próximo.
  4. Método do Valor de Mercado Líquido (Net Selling Price): Este método é usado quando o ativo tem um valor de mercado líquido claramente identificável, como estoques ou produtos acabados. O valor recuperável é calculado subtraindo os custos estimados para vender o ativo de seu valor de venda estimado.
  5. Método da Comparação de Mercado (Market Comparison Method): Este método é comumente usado para avaliar a desvalorização de ativos intangíveis. Envolve a comparação do ativo com ativos semelhantes no mercado, considerando métricas como múltiplos de lucros ou vendas. O valor recuperável é determinado com base nas comparações de mercado.
  6. Método da Avaliação por Especialistas (Expert Valuation Method): Em algumas situações complexas, as empresas podem recorrer a especialistas externos para avaliar o valor recuperável de ativos. Isso é comum quando não existem mercados ativos para o ativo em questão ou quando a avaliação é altamente especializada.

A escolha da metodologia dependerá da natureza do ativo, das informações disponíveis e das diretrizes contábeis aplicáveis. É importante que as empresas sigam rigorosamente as normas contábeis e as melhores práticas ao realizar testes de impairment que documentem adequadamente os métodos e suposições utilizados no processo. Além disso, a revisão independente e a auditoria dos testes de impairment são práticas comuns para garantir a integridade dos resultados.

Se você quer saber mais sobre o teste de impairment ou gostaria de realizá-lo em sua empresa, entre em contato conosco!

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